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Realeza do polo aquático feminino

ASHLEIGH JOHNSON

Eliana Alves Cruz

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A goleira do time americano de water polo - Ashleigh Johson - é a melhor do mundo. Quando sobe seu corpo esguio, levanta os braços e deixa a linha da água abaixo do quadril, a vida da atacante adversária complica. Ano passado, após a campanha vitoriosa dos Estados Unidos no Mundial dos Esportes Aquáticos, realizado na cidade russa de Kazan, ela foi eleita pelo site Water Polo World como a melhor do ano e, em 2014, quando ainda era júnior recebeu o mesmo título da FINA World Magazine, a revista da Federação Internacional de Natação.

Water Polo / Polo Aquático – Entendendo

Fonte: Rio 2016

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Cada equipe é formada por 13 jogadores, sendo sete titulares: seis atletas de linha e um goleiro. O goleiro é o único jogador que pode segurar a bola com as duas mãos e usar o punho para afastá-la. Sempre usa touca vermelha, com o número 1 ou 13.

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Uniforme

As mulheres jogam de maiô, e os homens, de sunga. As toucas são feitas de nylon e trazem o número de cada jogador na parte lateral e a sigla do país na frente.  Elas devem ser usadas durante toda a partida – se um jogador perder a touca durante o decorrer do jogo, deverá repô-la na próxima parada. Os goleiros sempre usam touca vermelha.

As equipes devem usar toucas de cores contrastantes. Quase sempre, uma equipe joga de touca branca, e a outra, de azul. A bola pesa de 400g a 450g, com tamanhos diferentes para o masculino e o feminino.

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Áreas

A área vermelha fica a 2m do gol. O jogador de ataque estará impedido se entrar nessa área sem a bola ou se a bola estiver fora desta área. A área amarela fica a 5m do gol e é a zona do pênalti: se uma falta for marcada dentro desta área impedindo um provável gol, será marcado tiro de pênalti a favor do time no ataque.

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Duração

Uma partida é dividida em quatro partes (quartos) de oito minutos cada. Como o cronômetro é parado sempre que a bola sai dos limites de jogo ou ocorre alguma infração, uma partida pode durar até 65 minutos.

Cada equipe tem 30 segundos para finalizar o ataque. Caso estoure esse tempo, perde a posse de bola. Se o jogo terminar empatado em partidas que necessitem de um resultado final, a decisão acontece por meio de uma série de tiros de pênalti, com cinco cobranças para cada time.

Caso o empate persista, repete-se a ordem dos cobradores até que um marque o gol e seu adversário erre.

A moça doce, elegante e de sorriso largo dentro d’água é uma leoa, que fala o tempo inteiro, motivando o time e orientando - “É meu estilo. Não sei ficar quieta! Do gol tenho uma visão privilegiada e tento usar isso. Funciona!” – disse Ashleigh, em novembro do ano passado, quando esteve no Rio para o torneio Water Polo in Rio, que reuniu os times do pódio mundial – Estados Unidos, Holanda, Austrália e ainda Brasil e China.
 

A primogênita de uma família de cinco irmãos, natural de Miami, na Flórida, defendeu a Universidade de Princeton (onde estuda psicologia, mas de olho na escola de medicina), na temporada 2014-15, jogando no time da casa, o ´Princeton Tiger’. A irmã, Chelsea, segue os mesmo passos em Princeton na temporada 2016-17.

O ouro está no caminho de Ashleigh por onde passa. Sua trajetória impressiona. Este ano foi campeã no Pré-Olímpico e no Torneio Intercontinental feminino. Ano passado, campeã mundial adulta, campeã pan-americana e da Super Final da Liga Mundial. Em 2014 foi campeã da Copa do Mundo da FINA e no ano anterior, 2013, venceu o Campeonato Mundial Júnior.

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Quando foi campeã mundial junior, fez 27 defesas em quatro jogos. No Mundial de Kazan, onde foi eleita a melhor goleira da competição, fez 66 defesas. Serena, Ashleigh disse não se intimidar com nada. Segundo ela, as situações de preconceito sofridas foram superadas graças a família. Sua mãe, Donna, uma enfermeira em tempo integral, que criou sozinha os filhos e que Ashleigh tem como seu maior exemplo, empurrou as cinco crianças para se destacar no esporte. "Não há nada que você não possa fazer - basta manter o foco" Johnson lembra de sua mãe dizendo-lhe quando ainda era uma criança.

O refrão ainda a orienta hoje.

- Todos na minha casa praticam esportes. Nunca nos deixaram abater com nada e nos ensinaram a manter o foco, ignorando quem nos ignora. Sim, já ouvi as teorias de que negros não são bons com esportes na água. Não creio muito nisso. Tudo é uma questão de oportunidade, acesso e divulgação. Quanto mais popular a modalidade se torna, mais gente praticando e os talentos vão surgir como, aliás, estão surgindo. Dar ouvidos aos preconceitos não faz campeões.” – disse, em novembro, no Rio.
 

Curiosamente, Ash, como é chamada pelas colegas de time, diz ser uma pessoa competitiva em tudo o que faz, querendo sempre ser a melhor, mas que nunca havia sonhado com os Jogos Olímpicos.
 

- Minha mãe é enfermeira e eu queria estudar na área médica. Queria achar um lugar em que pudesse equilibrar minha vida acadêmica e minhas atividades no polo aquático – contou.
 

O técnico da seleção americana, Adam Krikorian, tratou de despertar nela o “desejo olímpico”.
 

- Meu assistente estava participando de uma clínica em Miami e viu Ash. Ele me mandou uma mensagem dizendo: “creio que achei a nossa goleira olímpica”. Ela é uma atleta fenomenal. É a melhor goleira do mundo – afirmou Krikorian, para o Los Angeles Times.
 

Ashleigh e todo o time americano estão chegando. O Rio verá em ação, de 6 a 20 de agosto, uma das melhores jogadoras da história.

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