
BASQUETE:
O impressionante 'Planeta NBA'
Cláudio Nogueira
Stephen Curry. Foto: Stuart Ramson/UN Fundation

Cestas, pontos, passes, impulsões que dão impressão de um voo vigoroso rumo à cesta. O mundo inteiro está acostumado a ver nomes como LeBron James, Kevin Durant e Stephen Curry atuando assim em quadra. O que pouca gente sabe é que fora das quatro linhas estes e outros grandes astros da NBA batem um bolão. Os números da famosa liga americana de basquete são espantosos em todas as áreas e nesta também não ficam atrás.
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A NBA vem se mantendo atenta a temas como a responsabilidade social. Por isso, mantém o ‘NBA Cares’ (algo como NBA cuida ou se preocupa). Por meio do projeto, trabalha ao lado de ONGs reconhecidas internacionalmente que apoiem as causas infantis e o desenvolvimento da educação, da juventude e da família, além de iniciativas saudáveis. Durante a temporada 2015/2016, a iniciativa alcançou o total de 1.041 espaços em 27 países.
Kobe Bryant em Soweto/África do Sul
De acordo com a NBA.com, "as equipes e jogadores da liga arrecadaram mais de US $ 220 milhões para instituições de caridade, forneceram mais de 2,5 milhões de horas de serviço prático e construíram mais de 810 lugares onde crianças e famílias podem viver, aprender ou jogar em comunidades em todo o mundo ". Vejamos agora a impressionante máquina que faz esse mundo girar.


Máquina de esporte e mídia
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A NBA se auto-define como uma empresa global de esportes e mídia construída ao redor de três ligas de esportes profissionais: a NBA, a WNBA (liga feminina) e a D-League (liga de desenvolvimento da NBA). A liga se estabeleceu internacionalmente com a presença escritórios em 13 mercados pelo mundo, jogos e programação transmitidos em 49 línguas para 215 países e territórios, e produtos oficiais da NBA à venda em mais de 125 mil lojas de 100 países em seis continentes.
Na temporada 2014/2015, a liga contou com 101 jogadores internacionais de 37 países e territórios. Na esfera digital, mostrou sua força com o NBA.com, NBA Mobile e NBA TV. O Brasil foi um dos países com mais representantes na liga, no total de nove: Leandrinho Barbosa e Anderson Varejão (Golden State Warriors), Bruno Caboclo e Lucas ‘Bebê’ Nogueira (Toronto Raptors), Tiago Splitter (Atlanta Hawks), Cristiano Felício (Chicago Bulls), Marcelinho Huertas (Los Angeles Lakers), Raulzinho Neto (Utah Jazz) e Nenê Hilário (Washington Wizards). Durante a temporada, Varejão, que havia iniciado no Cleveland Cavaliers, se mudou para o Golden State.
O show do bilhão
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Embora o futebol seja o esporte número um do mundo, na preferência popular, é a liga americana profissional de basquete a número um em redes sociais, com mais de 1 bilhão de ‘curtidas’ (marca alcançada em fevereiro de 2016) e com mais seguidores globais levando em conta as plataformas da liga, das equipes e dos atletas. De acordo com dados oficiais de abril de 2016, a NBA bateu todos os recordes de audiência pelo segundo ano consecutivo, com quase 22 milhões de torcedores presentes em seus jogos na temporada regular 2015/2016, sem incluir os playoffs (21.972.129). Na temporada 2014/2015, haviam sido 21.926.548.
Além disso, estabeleceu novas marcas também no que diz respeito a redes sociais, engajamento digital e vendas no varejo. Na temporada 2015/2016, a média de público foi de 17.864 pessoas por partida, e a ocupação das arenas foi de 94%. Em 723 jogos, os ingressos foram totalmente esgotados. Foi a 12a temporada seguida, com publico de pelo menos 90% da capacidade total.
Já a NBA TV exibiu os dois jogos de maior audiência na história nesta temporada (Warriors x Spurs no dia 10 de abril, com 2.561.000 pessoas, e Warriors x Spurs em 25 de janeiro, com 1.442.000 pessoas ). Com isso, o canal oficial da liga teve um aumento de publico de 345 mil pessoas (no confronto mais assistido), o que representa uma elevação de 19% em relação à temporada passada. Os pacotes de jogos da liga alcançaram os 26,7 milhões de espectadores e superaram o total de 1,2 bilhão de minutos assistidos. A quantidade de assinaturas do NBA League Pass cresceu mais de 10% em 2015/2016, em novo recorde.
Nas redes sociais, a liga obteve novos recordes no Facebook, Instagram, Snapchat, Twitter, Vine e Youtube. Foram 30,1 bilhões de impressões, num aumento de 25% (para 2014/2015) e 4,2 bilhoes de videos assistidos, numa elevação de 86%.
Já a NBA Digital, que inclui o site NBA.com e o aplicativo da liga, apresentou um recorde histórico na temporada regular e nos playoffs de 2015-2016: 11,5 bilhões de vídeos assistidos. Com 75 milhoes de seguidores, LeBron James é o jogador da NBA cuja carreira é mais acompanhada nas redes sociais. Esse número é o somatório de seus perfis em Facebook (22,5 milhões), Twitter (31,2 milhões) e Instagram (21,2 milhões).

Dez entre os 12 países nos Jogos Rio 2016 tinham atletas NBA
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Já no que diz respeito à venda de camisetas com seus nomes e números, o primeiro da lista segue sendo Stephen Curry, do Golden State, MVP (Jogador mais importante) das temporadas 2014/2015 e 2015/2016. Ele é seguido pelo tricampeão LeBron James; Kobe Bryant, cinco vezes campeão da liga e que se aposentou em 13 de abril; Kyrie Irving, campeão de 2015/2016 pelo Cleveland; e Klay Thompson, campeão de 2014/2015 pelo Golden State e vencedor do Torneio de Três Pontos do All Star Game (Jogo das Estrelas) de 2016.
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Entre os brasileiros, o mais bem posicionado, em 11o lugar, é Anderson Varejão, que trocou o Cleveland pelo Golden State durante a temporada regular. Leandrinho Barbosa, do Golden State, nas duas últimas temporadas, é o 13o. Essa estatística foi divulgada pela NBA no começo de julho de 2016.
Nos Jogos Olímpicos Rio-2016, em agosto, a liga americana teve um recorde de 46 jogadores, superando a marca anterior de 41 atletas em Londres-2012. Já a WNBA apresentou 26, ultrapassando os 22 de Sydney-2000.
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Ao todo, 23 equipes da NBA estiveram representadas por atletas em suas seleções, com o San Antonio Spurs encabeçando essa lista com cinco atletas. O Utah Jazz teve quatro nomes, enquanto que Chicago Bulls, Dallas Mavericks, Golden State Warriors, New York Knicks e Toronto Raptors, três cada. Brooklyn Nets, Denver Nuggets, Detroit Pistons, Los Angeles Lakers, Oklahoma City Thunder e Philadelphia 76ers tiveram dois jogadores cada.
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Abaixo dos EUA, tricampeões olímpicos - 2008, 2012 e 2016 -, a Espanha teve o maior número de atletas da NBA, com sete inscritos. Austrália, Brasil e França apresentaram cinco cada, e a Argentina, quatro. Dez dos 12 países que participaram do torneio tinham ao menos um jogador da NBA. No caso do feminino, foram 11 times da WNBA representados em seleções do torneio olímpico. O Phoenix Mercury lidera com seis jogadoras, e o Minnesota Lynx tem cinco. Chicago Sky e Seattle Storm contam com três, cada, enquanto que o Atlanta Dream e o Indiana Fever terão duas atletas cada um. Além dos Estados Unidos, Austrália e Brasil terão o maior número de jogadoras da WNBA, com três, cada. Sérvia e Espanha aparecem com dois nomes.
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Outros 40 ex-jogadores da NBA e da WNBA também participaram dos eventos, incluindo sete australianos e seis brasileiros. As seleções feminina e masculina dos EUA levaram as medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos do Brasil.

Anderson Varejão. Foto: David Richard-USA TODAY Sports
Marketing bem estudado
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Meses antes dos Jogos Olímpicos, em abril de 2016, a NBA anunciara oficialmente, após reunião de seu Conselho de Proprietários das franquias, isto é, das equipes, que a partir da temporada de 2017/2018, as camisas dos times passarão a expor as logomarcas de seus patrocinadores, sempre do lado esquerdo do peito e em tamanho padrão de 6,35cm x 6,35cm. Tal alteração vai coincidir com a mudança no fornecedor dos uniformes de todos os times (de Adidas para a Nike). A nova fornecedora vai pôr seu logotipo sempre do lado direito das camisetas.
O Conselho aprovou a utilização das logomarcas como parte de um projeto inicial de três anos. Um teste já havia sido feito no All-Star Game (Jogo das Estrelas) de fevereiro de 2016, em Toronto, onde as camisetas das seleções do Leste e do Oeste estamparam a logomarca da montadora de automóveis coreana Kia.
A NBA será a primeira das quatro grandes ligas do esporte americano a permitir a veiculação de logotipos de patrocinadores em seus uniformes, e por isso, resta saber qual será a reação dos torcedores. Embora os EUA sejam a terra onde melhor se desenvolve o marketing esportivo; os atletas da liga de basquete (e das demais) sejam garotos-propaganda dos mais diversos produtos; eventos como o Superbowl (futebol americano) e as séries decisivas de basquete, hóquei e beisebol sejam oportunidades para se divulgar milionárias campanhas publicitárias, os uniformes de jogo sempre foram preservados, como se a eventual exposição de uma logomarca os contaminasse. Ao contrário da NBA, que a proibia, a WNBA já autorizava a publicidade nos uniformes dos times desde 2009.
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De desafios e vitórias é feito o 'Planeta NBA'.
