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Vai ter Brasil disputando badminton sim!

Manuella Yasmin

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Duas histórias. Um esporte. Duas personalidades. O mesmo talento. Como não se emocionar com a jornada de vida dos representantes brasileiros no badminton dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Ygor Coelho e Lohaynny Vicente? Ygor: 19 anos, carioca do morro da Chacrinha, vive o Badminton desde que era bem novinho.

Ygor & Lohaynny

Já Lohaynny é mais que grata ao esporte e diz que só tem como agradecer vencendo o máximo que puder, por isso coleciona algumas medalhas de Jogos Pans Americanos e Abertos, já tendo ganhado um ouro (nos Jogos Sul-americanos da Juventude, em Lima 2013). Ela se tornou referência para as crianças do projeto Miratus quando o assunto é foco, disciplina e superação.

Participou do primeiro estadual aos seis anos de idade, sendo treinado pelo pai, que na juventude passou pela Funabem (antiga Febem), mas que ao sair do cárcere decidiu mudar de vida e criou a ‘Miratus’, projeto que oferece esporte e oficinas para 280 jovens carentes.


Tendo um herói em casa, Ygor já conheceu 13 países competindo em busca do tão cobiçado sonho de se tornar o número um do mundo em Badminton. Lohaynny: 20 anos, é nascida, mas não criada no morro do Chapadão por ser filha de quem foi. A vida que o pai ‘Bodão’, que era considerado pelo tráfico um dos “donos” do morro escolhera, fez com que a pequena Lohaynny, que na época tinha quatro anos, sua irmã mais velha de seis e sua mãe se mudassem ao menos 15 vezes em um ano.

A história da menina no esporte começa quando a situação para a família fica grave no morro e a mãe decide ir embora com as meninas para o morro da Chacrinha, deixando Bodão para morrer dois anos depois pela polícia. Lá, elas encontraram estabilidade, o esporte e um padrasto que é considerado como pai pelas três.

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Jovens, pobres e negros encontraram no esporte criado na Índia uma forma de contar histórias diferentes das que estavam fadados a viver. Ygor é um astro. Com seu sorriso fácil e uma habilidade incrível para manter a peteca no alto, ele é hoje o número um do Brasil, depois de ter derrotado o antigo dono do título, Daniel Paiola.

Ygor relembrou toda trajetória que o conduziu até a vaga para os Jogos Olímpicos Rio 2016. - Ser o primeiro brasileiro a disputar os Jogos Olímpicos no badminton é fantástico. Tudo o que eu abri mão durante quatro anos valeu a pena. Morei sozinho, deixei minha família, amigos em busca de um sonho. Estou orgulhoso e mais ainda por ter conseguido a vaga pelo ranking, sem precisar do convite pelo fato de o Brasil ser o país-sede. Devo muito ao meu pai (Sebastião de

Oliveira, fundador do Projeto Miratus), que sempre me apoiou, e ao técnico Marco Vasconcelos, que me treinou e com ele tive grandes resultados - afirmou Ygor após conquistar a vaga para sua primeira Olimpíada.

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O Brasil já tinha a vaga na competição de badminton nas Olimpíadas de 2016 por ser o país sede, mas com esses dois meteoros em quadra, essa vantagem é apenas detalhe. O uniforme verde e amarelo entrará em quadra não porque tem direito, mas porque tem competência e porque tem Ygor Coelho e Lohaynny Vicente.

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