Temos um Tiger Woods!
Manuella Yasmin
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De caddie (carregador de tacos) a jogador profissional, Rogério Bernardo recebeu o apelido de Tiger Woods brasileiro por se destacar em partidas amadoras entre amigos.
Quando a fábrica de motores onde trabalhava faliu, Rogério pisou aos 14 anos pela primeira vez em um campo de golfe. Sem nenhuma pretensão profissional, ele foi convidado por amigos para ganhar um dinheiro “fácil” sendo caddie dos jogadores profissionais que treinavam no Guarapiranga Golf Club, zona sul de São Paulo. Ali, ele ganhou destaque quando foi campeão de um torneio entre os caddies da região.
Sua boa desenvoltura e talento para o esporte lhe renderam inscrições em torneios amadores, bancadas por clientes para os quais carregava as bolsas.
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Virou líder do ranking amador, o único negro a atingir tal feito. Fez o caminho necessário para se tornar profissional. Fato que aconteceu em 2007, ano em que ainda carregava bolsas, aos 27 anos.
O apelido do brasileiro, de 35 anos, faz alusão ao melhor golfista do mundo e um dos mais bem pagos. Mas a comparação não se deu pela forma de jogar ou pela conta bancária, e sim por ambos serem negros e partilharem do mesmo esporte.
A vida continua dura e a moradia ainda é simples em Parelheiros, sul de São Paulo, mas no entanto, sua visão de mundo está mudando radicalmente. Segundo ele, as viagens que o golfe lhe proporciona tem permitido conhecer muita gente interessante e lugares que nunca achou que fosse pisar. Rogério é profundamente agradecido ao golfe,com isso, homenageou o ídolo batizando o primeiro filho, como Eldrick, o verdadeiro nome do americano Tiger Woods.
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ROGÉRIO BERNARDO
